Realidade em época de Exames

Ainda nem sequer estive 10 minutos seguidos a olhar para os livros e já estou a fazer uma pausa. É o filme de costume. Refugiado no meu retiro auto-imposto para preparação dos exames que aí vêm, começa a minha criatividade a dar mostras de um vigor assinalável no que toca a inventar desculpas para estar concentrado em tudo…menos no estudo.
Se penso que tenho fome, levanto-me. Se penso que tenho sede, levanto-me, se penso que tenho necessidades fisiológicas a satisfazer inadiávelmente, vou à casa de banho se possível à que ficar mais longe com o objectivo de queimar o meu tempo de maneira “útil”. Se está a dar a Floribella, arranjo maneira de pensar que é um episódio imperdível. Até os debates da Assembleia da República prendem a minha atenção nesta fase conturbada da minha vida. Até com os jornais desportivos e políticos me excedo e quando volto à realidade dou por mim a ver as últimas do Rugby nacional ou as discussões da Assembleia Municipal de Celorico da Beira. Tudo serve para evitar o inevitável.
É um vício que se entranha em nós e nos consome. Até o facto de escrever este texto em plena época e publicá-lo de imediato se torna absolutamente necessário. Os livros surgem como os inimigos públicos nº 1 deste auto-intitulado estudante que faz tudo na vida menos o que é suposto fazer: estudar. Nem é o facto de estudar que é incomodativo mas o facto de ser algo imposto e as matérias serem de certo modo atiradas para a nossa frente como um osso que se atira para a frente de um cão.
Acho que já vai largo o meu tempo de distracção com este tempo e acho melhor atirar-me de cabeça para as minhas sebentas e calhamaços. Espero que arranjem distracções melhores para fugirem aos livros do que o facto de lerem este texto. Despeço-me com cumprimentos cordiais. Fiquem muitíssimo bem e até à próxima percepção ou realidade.